Seja Único
É difícil ser único! Muito difícil! Hoje eu tenho plena consciência disto, mas nem sempre foi assim. Em meus posts no Instagram adoro utilizar esta hashtag e acredito realmente nesta frase. Precisamos ser únicos e autênticos. Entretanto vim percebendo, por experiência própria, que neste mundo tão politicamente correto e dual, não é muito fácil ser autêntico e único. As pessoas insistem em nos rotular e colocar-nos em uma caixa determinada e esperam que vivamos de acordo com estes rótulos: Ela é uma jovem senhora, mãe, consultora, advogada. E aí, a partir desta minha biografia esperam que eu goste de determinadas músicas, comidas, que tenha determinada religião, que goste de determinados filmes. Enfim: Esperam que eu assuma meu papel já previamente determinado na sociedade. E é o que vinha fazendo! Ultimamente para evitar confrontos, para não entrar “em dívidas”, achava melhor concordar com o senso comum e ficar quieta. Até o dia que meu filho chamou minha atenção. Ele disse: Você está morrendo aos poucos!
Eu brinquei e ainda respondi: todos nós estamos! Mas ele foi mais profundo e disse que não era este tipo de morte. Que a cada dia que passava ele sentia que eu não era a mesma pessoa de antes, que eu estava perdendo a minha essência. Foi aí que a ficha caiu (esta expressão acaba de revelar a minha idade). Eu realmente estava morrendo lentamente, porque estava vivendo uma vida que não era minha, estava emitindo opiniões das quais eu não necessariamente concordava. Eu tinha escolhido o caminho mais fácil para viver a vida, mas esta escolha estava tendo um custo bem alto. Decidi parar, respirar e analisar realmente do que gostava, o que me fazia feliz e única e decidi viver minha vida de acordo com as minhas crenças, mesmo que seja um pouco mais difícil que a vida no controle remoto.
E esta sou eu: Eu não assisto TV aberta, não assisto novelas, não gosto de pizza, ou melhor, não tenho o menor prazer em comer. Amo rock e odeio sofrência, Anitta, Safadão e afins. Sou a favor da causa LGBT. Não tenho uma religião definida. Amo ballet e cinema insanamente. Odeio acordar cedo e não consigo dormir antes da 01:00 da manhã. Detesto rotina e adoro desafios. Amo caveiras. Detesto pessoas medíocres e desinteressadas com a vida. Sigo uma dieta baseada em vegetais e apoio o fim da exploração dos animais. Amo e não vivo sem arte (todas as sete). Leio 2 livros ao mesmo tempo e sofro de síndrome do pensamento acelerado. Adoro estar bem vestida (moda para mim é um tipo de arte). Amo cinema francês e a França especificamente (por mim moraria lá). Muitas vezes meu raciocínio se perde e posso falar algumas coisas sem sentido. Estou me expondo revelando um pouco dos meus gostos? Sim. Obviamente. Mas cansei de pedir autenticidade das pessoas e não ser autêntica. Isto é hipocrisia. Não pretendo impor meu estilo de vida e minhas escolhas a ninguém, mas espero que as outras pessoas respeitem as minhas escolhas da mesma forma que respeito a delas.
E você? O que vem sacrificando para andar junto com o bando? Para quem você está mentindo? Será que vale a pena? Você ama quem você é e o que você faz? Estou cansada de conviver com estes seres mortos-vivos (eu também estava me tornando um) que vão ao trabalho sem brilho no olhar, que parecem robôs sentados em suas mesas. Que não emitem suas opiniões com fundamentação e paixão! Não se torne esta pessoa. É horrível conviver com estas pessoas. Seja você, se jogue, se entregue. Mostre ao mundo quem você realmente é. Sem preguiça, sem medos, mas com vontade, vontade de dominar o mundo, seja no trabalho, nas relações pessoais, nos hobbies, na vida. Não é fácil. Algumas pessoas se afastarão de você. Mas outras se aproximarão. Outras que irão acrescentar conteúdo na sua vida. Mas lembre-se: Precisamos respeitar a opinião alheia, os gostos dos outros, porque também queremos que nos respeitem. Seja assertivo, nunca agressivo. Resumindo, seja você, porque como diria Renato Russo “ Mentir para si mesmo é sempre a pior mentira”.
Ana Paola Almeida, Advogada, Estrategista em Personal Branding
